Autor(es)
Prof. Dr. Ivo Ibri
Data

É de conhecimento dos estudiosos da filosofia de Peirce que ele não deixou, em meio a sua enorme obra, algo como uma reflexão sobre arte. Contudo, sua obra é composta de um conjunto de doutrinas que permitiriam promover uma reflexão bastante original sobre arte e seu papel semiótico. Tal papel da arte referir-se-ia a uma esfera da experiência humana que não pode ser reduzida à função mediadora do discurso lógico. Uma visão diferenciada do papel da arte, para além de instância de mero entretenimento ou redução a uma apologia de nossa humana criatividade, reproporia para ela uma função pragmática importante nas relações do homem com a realidade, permitindo-se repensá-la a partir de algumas doutrinas chaves da filosofia de Peirce que, a meu ver, legaram sementes para essa tarefa. De fato, o pensamento peirciano proporciona ressituar a relação entre homem e Natureza, à luz de uma conaturalidade que propõe eliminar toda forma de estranhamento de gênese. Esse ensaio busca expor de modo abdutivo, portanto conjectural, quais doutrinas de Peirce dariam suporte a uma filosofia da arte a partir de uma reflexão sobre suas consequências.

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