O X Colóquio Internacional de Filosofia oriental da Unicamp traz como título Filosofia chinesa no séc. XXI e faz parte das comemorações dos 50 anos das relações diplomáticas entre Brasil e China.

A filosofia chinesa do século XX teve, de forma geral, como fio condutor uma enorme preocupação em assimilar elementos da modernidade e contemporaneidade filosóficas ocidentais, sem, todavia, externar claramente suas origens filosófica, sem expressar claramente seus viscerais vínculos com o taoísmo, confucionismo e budismo. Os principais filósofos chineses do séc. XX foram sistematicamente classificados a partir de suas “influências” ocidentais e assim, recorrentemente, denominados “kantianos”, “hegelianos”, “wittgensteinianos”, “marxistas”, etc., em outras palavras, passaram a ser denominados a partir de suas interlocuções ocidentais.

Por outro lado, os principais expoentes da filosofia chinesa do século XXI, tais como Zhao Tyngyang, Robin Wang, Yuk Hui, assumem posturas distintas: estes partem dos referenciais conceituais da filosofia clássica chinesa para dialogar com as questões crucias da modernidade. Sem desconsiderar a filosofia ocidental eles apontam possibilidades originais de se pensar a política, a ética, a ciência e a técnica, a lógica e as questões indenitárias a partir de seus próprios referenciais histórico/filosóficos.

Esse movimento que ocorre na filosofia chinesa do séc. XXI apresenta algumas semelhanças inconfundíveis com o que ocorreu na filosofia japonesa do século XX, a partir do surgimento da Escola de Kyoto, que é o diálogo com a modernidade ocidental a partir de suas próprias referências e, ao fazê-lo, ele nos apresenta outras possibilidades de compreensão de subjetividade, do outro, do mundo, da democracia e da política.

 

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