Fundamentos da Psicanálise: pensamento, linguagem, realidade e angústia
Sinopse
Fundamentos da Psicanálise – Pensamento, Linguagem, Realidade e Angústia (digital)
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“A psicanálise atrai diversos tipos de pesquisadores. São psicólogos, psiquiatras, filósofos, literatos, sociólogos, historiadores, etc., para não mencionar aqueles que se denominam psicanalistas e que pertencem às mais diferentes correntes. A enorme variedade de formações talvez seja responsável pela absoluta diversidade de interpretações propostas para a teoria criada por Freud.
No interior deste verdadeiro cipoal interpretativo, os ensaios que se seguem pretendem oferecer aos seus possíveis leitores uma pequena amostra de uma forma de trabalhar a obra de Freud, desenvolvida na Universidade de São Paulo e na Universidade Estadual de Campinas, durante um certo período, em programas de pós-graduação em filosofia. Dado o fato de ser explicitamente uma produção acadêmica sobre a psicanálise, é importante determinar sua especificidade.
São, antes de mais nada, ensaios de filosofia da psicanálise. Mas, infelizmente, a expressão "filosofia da psicanálise" é por demais vaga, quase sem tradição no Brasil, para que o leitor possa saber do que se trata. Nesse sentido, usamos "filosofia da psicanálise" para designar um estudo que visa descrever as articulações entre os conceitos formulados por essa teoria. Este tipo de reflexão difere em muito das investigações que visam direta ou de forma oblíqua a clínica, ou seja, das investigações mediadas pela experiência clínica. Não desejamos dizer, com essa observação, que um leitor oriundo da clínica não tiraria proveito dos ensaios que se seguem. Ao contrário, os presentes ensaios podem ajudá-lo a pensar de forma mais precisa e fundamentada o setting analítico.
Se, dada a nossa condição periférica, fôssemos indagados a respeito de que centro mundial realiza investigações semelhantes, responderíamos sem hesitação: a Alemanha. Infelizmente, a produção alemã — diferente da francesa, adotada pela grande maioria - é praticamente desconhecida entre nós.
No primeiro ensaio, Notas sobre linguagem e pensamento em Freud, procuramos mostrar que há razões mais fundamentais para a diversidade de interpretações a que está sujeita a psicanálise freudiana. Ao mesmo tempo, apontamos para diferenças metodológicas entre abordagens clínicas e filosóficas nos estudos sobre a psicanálise.
Em Wittgenstein Crítico de Freud, Cláudio Banzato contrapõe o filósofo e o psicanalista para esboçar as dificuldades de natureza epistemológica que a psicanálise apresenta. As reflexões de Wittgenstein são usadas para iluminar os pressupostos da teoria e não para avaliá-la, ou seja, trata-se mais de compreender o que está em jogo do que decidir sua validade a partir de uma posição já firmada.
Pedro de Santi reconstrói, no terceiro ensaio, A Realidade Psíquica, o quadro conceituai que deu origem à noção de fantasia na teoria de Freud. Passo a passo, de forma lenta e rigorosa, são assinalados os movimentos conceituais e os deslocamentos semânticos.
O último ensaio, A angústia na formação da concepção freudiana de afeto, de Alessandra Caneppelle, ilustra igualmente as vantagens de um estudo que acompanha minuciosamente o original alemão para definir as linhas de tensão presentes em uma noção tão complexa como a de angustia.
Esperamos que esta pequena amostra sirva para estimular pesquisas que se voltem para a letra e o espírito da obra de Freud, que iluminem suas escolhas e opções, que abandonem a via fácil de contrapor períodos distintos com intuições clínicas sem o devido respaldo conceitual.”
Osmyr Faria Gabbi Jr. (ORG.)
VOLUME 28 – 1999
ISSN: 0103-3147
Primeira Edição, 1999
Índice para catálogo sistemático
- Psicanálise 150.195
OBS. A psicanálise atrai diversos tipos de pesquisadores. São psicólogos, psiquiatras, filósofos, literatos, sociólogos, historiadores, etc., para não mencionar aqueles que se denominam psicanalistas e que pertencem às mais diferentes correntes. A enorme variedade de formações talvez seja responsável pela absoluta diversidade de interpretações propostas para a teoria criada por Freud. No interior deste verdadeiro cipoal interpretativo, os ensaios que se seguem pretendem oferecer aos seus possíveis leitores uma pequena amostra de uma forma de trabalhar a obra de Freud.